A uva Cabernet Franc

A Uva Cabernet Franc


Essa uva muitas vezes é considerada como irmã menor da Cabernet Sauvignon, mas é necessário que se faça justiça: pesquisas de DNA confirmaram que Cabernet Franc, com uma pequena ajuda de Sauvignon Blanc é, na verdade, o pai ou a mãe da Cabernet Sauvignon... Coisas de família!

Talvez o que tenha levado ao mal entendido, até então, seja o fato de a Cabernet Franc ser menor em taninos e ácidos, não tão encorpada, mais aromática e mais herbácea que a Cabernet Sauvignon.

Essa é uma uva muito capaz de resistir a temperaturas frias, e que amadurece relativamente cedo, fatos que ajudaram a sua relativa propagação.

Uma das características típicas de um vinho produzido com Cabernet Franc são taninos médios, sedosos e bem integrados, causando uma sensação de ‘boca’ suave. Esses taninos moderados, combinados com uma acidez também moderada, costumam oferecer vinhos elegantes, requintados e bem estruturados.

E, embora geralmente associada a vinhos mais leves, os tintos Cabernet Franc de boas safras ou de climas mais quentes podem ser bem encorpados e ainda mais estruturados, ótimos para o envelhecimento.

A Cabernet Franc é também usada para elaborar deliciosos rosés no Vale do Loire e em muitas regiões do Novo Mundo. Além disso, seu bom comportamento em climas frios faz dela uma boa escolha para a produção de vinhos de gelo, e também de vinhos de colheita tardia, como os produzidos em Ontário (Canadá) e New York (USA).

No Brasil, os vinhedos de Cabernet Franc, nas últimas décadas, perderam espaço para Cabernet Sauvignon e Merlot, o que é uma pena. Ironicamente, essas duas uvas são as maiores parceiras da Cabernet Franc, no ‘corte’ dos vinhos de Bordeaux... Aliás, ela pode ser vinificada sozinha como no Vale do Loire, ou como é mais comum, em ‘cortes’ como os de Bordeaux.

Os aromas típicos dos vinhos de Cabernet Franc são framboesa, morango, cereja, groselha, cassis, ameixa, romã, pimentas preta e branca, ervas secas. Além disso, podemos encontrar nesses vinhos notas de tabaco, pimentão, azeitonas verdes, violetas, flores azuis, perfumes, e também os aromas derivados da madeira, como baunilha, coco e fumaça.

Para desfrutar um bom Cabernet Franc, as opções de harmonização são realmente muitas. Carne de boi ou de porco, aves como frango ou pato, temperos como alho, cebola, pimentas, alecrim, hortelã, louro... Basta escolher!

Eu, particularmente, entre os Cabernet Franc produzidos na América do Sul, aprecio muito o “Raizes”, da Casa Valduga (Vale dos Vinhedos - Bento Gonçalves, RS - Brasil).

Bons goles e até a próxima!



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